domingo, 3 de abril de 2011

Delírios


Me levanto no meio de uma noite qualquer. Tudo está em seu devido lugar. O palhaço que ganhei de minha avó, no pé de minha cama, tenho a impressão que ele me olha fixamente , tento encara-lo, mas todas aquelas cores, aquele sorriso enorme, bom, ele me dá medo.
Jogo meu travesseiro para tirar aquilo de minha frente. Meu cachorro, Spock, começa a roer o palhaço e o leva para baixo da cama. Me deito,tentando dormir. No quarto, apenas o barulho do ventilador, é um barulho que de uma forma, gosto de ouvir. Mas de repente, o ventilador para. A luz deve ter caido, pois chovia muito aquela noite.
Agora, apenas chuviscava. E aquele silêncio todo, começou a me irritar. Vou até a cozinha para beber um copo d’água. Está tudo muito silêncioso, vou ao quarto de minha mãe,está vazio, do meu irmão também, onde será que eles foram ?.
Ligo a televisão, vejo apenas uma imagem preta , e faz um barulho estridente, desligo-a. Me agasalho, e saio de casa. São 04:38 da madrugada. Normalmente meu vizinho está no jardim, ele é um garoto solitário, gosto de ocnversar com ele. Mas hoje, ele não estava lá.
Sigo sozinha pela rua vazia. Normalmente está cheia de cachorros atrás de alguma cadela no cio. Mas hoje, não tem nada. Sinto um certo desespero, olho na janela das casas, estão vazias . Meu desespero aumenta, começo a chorar , mas me acalmo ao ver alguém de longe, não sei quem é.Mas corro em sua direção.
Um pouco mais perto, vejo quem é, você, uma pessoa tão importante pra mim . Você estende a mão, e eu a seguro, está bem gelada, mas não sinto friu ,me sinto segura a seu lado. Depois de uns segundos parados, olhando um para o outro, sem dizer uma palavra. Saímos em meio aquela rua silênciosa e vazia, pelo que parece, apenas eu e você.
Depois de 30 minutos de conversa, olho para o lado, você não está mais aqui. Todo tempo, foi tudo fruto da minha imaginação. Fecho os olhos, e quando volto a abri-los , me deparo sentada em minha cama, assustada com os gritos de minha mãe me chamando para tomar o café da manhã.
Respiro fundo, olho paro o lado, você me olha fixamente, com um sorriso no canto da boca, fecho os olhos e falo ” como seria bom, eu e você, sozinhos nessa pequena rua, meu amor.” Abro os olhos,e de novo , você desapareceu. Sigo ate a cozinha, e continuo meu dia.

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