Quando os mortos se calarem, escutarei seus gritos, seus berros de dor. Verei teu sangue escorrer, e beberei dele, das suas lágrimas faço um copo d’água, e bebo como se fosse meu último líquido. Seu gosto é tão doce e viciante, e isso me dá náuseas.Com suas últimas forças,quero que você me tenha, e que me satisfaça. Depois de tudo, observarei teu corpo morto, estirado alí, e me deitarei a seu lado, como se estivesses vivo, farei de você meu amante, o único a quem me entregarei por completo, te ensinarei como ser impune aos mortos ”revoltados”, aos que eu matei, aos que você matará , te ensinarei como e viver no inferno, e te farei gostar dele, como se fosse sua moradia, pois será sua moradia .E quando minha obsessão por você acabar, pedirei aos anjos para virem lhe buscar, e te deixarei em paz. Livre para me trair com alguém doce e puro como você, meu pedaço de sonho, meu único refúgio para esquecer meus deveres, e o único que cala as vozes dos mortos.
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